A escuta e o
gosto musical dos anos 60 em Manaus foi totalmente influenciada pelos ritmos
americanos como o Fox blue, o Be-Bop, Blue Swing, Foxes-Trotes,
Bolerões, Canções Francesas e o jazz americano. Esses ritmos chegavam através das Rádios, dos Cinemas e
das compras de Lp’s fora da cidade de Manaus por pessoas que viajavam e traziam
as novidades como Joaquim Marinho, Altair Nunes e Little Box, e pelas
gravadoras Phillips, Chantecler, RCA, CBS, Copacabana.
Na notícia do Jornal do Commercio de 17 de
abril de 1966, em um
texto de Anver Bilate (Escritor Brasileiro da década de 1960) intitulada Estranho mundo do jazz I: Em toda a parte do
mundo ritmo bebop, trata sobre o jazz e suas receptividades nos países como
Gana na África, a Rússia, Paris e os Estados Unidos. Anver Bilate discursa no
texto que “ao lado de todas as contribuições norte-americanas a alegria e a
felicidade universal, o jazz, é sem dúvida, uma das mais notáveis que provoca
um real estado de alma”. Enfatizou que o ritmo ainda era classificado de
submúsica. Em suas palavras, os “puristas exagerados” ou os “moralistas de tipo
vitoriano” consideravam o jazz uma música “nociva e corruptora da juventude”, mas
para ele “a verdade, porém, é que o jazz emana do povo e tem por essa razão um
calor humano que contagia e faz amigos em qualquer lugar”.
Toda essa
escuta e esse gosto musical produzido pela música americana, estava presente na vida social e musical na
cidade de Manaus.
Não diferente
foi em Manaus: foi muito forte a americanização desde o fato da
internacionalização da Amazônia aos ritmos que eram tocados nos clubes mais
sofisticados da cidade e posteriormente na formação de bandas ao molde de
Beatles, como afirma Noval Benaion (2011), citando os ritmos mais presentes nas
festas dos clubes: Os
ritmos? Todos: Samba, bossa nova, jazz, rock, ié ié ié (uma evocação tupiniquim
do rock dos Beatles, "She loves you yeah, yeah"). Se ia de Elvis,
Beatles, Rolling Stones, I Dik Dik, entre alguns estrangeiros, Renato e Seus
Blue Caps, Roberto e Erasmo Carlos, Tim Maia, Elis Regina, Jair Rodrigues, só
para citar alguns.
Jefferson
Peres citado por Mauro Menezes (2011, p.22) confirma essa americanização de
ritmos: Tocava-se
exclusivamente música romântica. Eram os Foxes-Blues americanos, como Summertime,
Moonlight, Serenate, Mona Lisa. Blue Moon, Again, Tenderly,; ou os Foxes-Trotes
como Cheek-to-Cheek, Tea for Two,; ou Bolerões do repertório de Pedro Vargas,
Gregório Barrios e Luchio Gatica, ou ainda, canções francesas, como Les
Feuilles, La Mer, La Vie em Rose, Douce France e J’attendrai. A Orquestra, ou
conjunto, tocava em surdina e deslizava-se nos salões.
E foi assim
que muitos jovens foram formando bandas, conjuntos ao som da música americana e
da Bossa Nova considerada a filha do jazz.
Hoje, em
Manaus, existem muitas bandas de jazz, ou seja, as bandas tem os instrumentos
musicais básicos para tocar jazz que são a bateria, o contrabaixo, o violão, o
piano, sendo o contrabaixo um instrumento indispensável para formar um conjunto
de jazz.
Cito algumas
bandas que fazem parte deste enredo histórico e estão deixando seu legado
musical na cidade: Miquéias Pinheiro e grupo, Quinteto jazz Brasil, Sotaques in jazz, Blue Line, K-T-Drau Funk, Sexteto Máfia, Banda all that jazz, Bille Holiday,a Lady Day, Soda Billy, Curumin Jazz, Sotaque Jazz, Instrumental jazz Verde, Italo Jimenez e Quintet.
E não poderia
deixar de citar as personalidades do jazz em Manaus atualmente: Régis Gontijo, Humberto
Amorim que canta um repertório de jazz mais tradicional, Ítalo Jimenez,Leonardo Pimentel, César Serafim, Abner Viana, Stanley Wagner, Miquéias Pinheiro, Vanusa Gadelha, Karine Aguiar entre outros jazzisticos.
Mas é claro que as raízes do jazz não podem sere squecidas, mas também não vamos americanizar totalmente como foi na década de 1960, pois nesse período tudo que era bom era americano, e o que era regional, desprezado.
É preciso valorizar os artistas não só pelos talentos da nossa música em manaus, mas valorizar pela memória histórica que foi construída no decorrer dos tempos e se temos grandes artistas hoje, seja do jazz, do samba ou do canto lírico, é porque Manaus tem memória histórica que foi construída. Salve Maranhão, Domingos Lima, Orquestra Tropical, Fernando Borges, Hidinaldo Pererira, Pedroca e seu conjunto, Trio Itapoan, Trio Uirapuru, entre muitos outros artistas da nossa Música Popular em Manaus.
Aonde é possivel escutar jazz na cidade de Manaus? Valeu!!! Salve o jazz e salve o bebop com certeza!
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