domingo, 5 de janeiro de 2014

Festivais de dublagem: consolidação como manifestação musical em Manaus


Os pioneiros em dublagem foi um grupo de jovens da Juventude Lusitana do Luso Sporting Club. Esse grupo começou a inventar apresentações para ter algo a fazer, foi como surgiu a idéia de fazer dublagem dos cantores famosos.
O grupo Juventude Lusitana se transformou no grupo Cly Baby Show. Em função disso, além das dublagens no Luso, outros clubes passaram a fazer dublagens, tais como, o Barés Clube, Olímpico Clube, o São Raimundo, o Sul America.
Toda essa manifestação proporcionou um sucesso para o grupo Cly Baby Show nos clubes da cidade. Por ser referência na dublagem em Manaus, tinham crédito nos clubes, entravam como celebridades.
Logo, o Joaquim Marinho, que era representante da gravadora Phillips, percebeu a proporção dessas festas nos clubes: foi por causa da motivação de vários clubes em fazer dublagem que virou festival.
O Festival não envolveu somente os clubes, os artistas e as rádios, o comércio local também foi mobilizado. A exposição dos troféus nas vitrines das Lojas, como “Milane Magazine, Brumell Roupas, Lojas Capri, e Palácio da Moda” possibilitou não somente a divulgação do festival que trazia a curiosidade de muitos sobre o evento que movimentava a cidade, como também as Lojas se aproveitavam para colocar nas vitrines seus melhores produtos.
Foram dois Festivais de Dublagem, um em 1965 e o outro em 1966: Os Festivais de Dublagem vieram despertar o grande público da cidade, foi uma iniciativa da gravadora Phillips juntamente com a Rádio Baré e a Loja Novidade Discos.
Reunia os melhores da dublagem no Amazonas, divididos em categorias, o local de sua realização foi no Salão dos Espelhos do Atlético Rio Negro Clube, houve também a distribuição de diversos prêmios.
O I Festival Estadual de Dublagem foi realizado em 18 de setembro de 1965. Marcou os 25 anos de atividades da Rádio Baré na cidade e transmitido ao vivo pela Rádio Baré, que comemorou suas Bodas de Prata.
A comissão julgadora foi formada por 13 pessoas: entre eles radialistas da Rádio Rio Mar, Baré e Difusora; jornalistas do O Jornal, Jornal do Commercio e A Crítica; e das gravadoras Chanteeler, Philips, CBS, RCA, Copacabana, e da Loja Novidades Discos, alem do diretor do mês do ARNC (Atletico Rio Negro Clube).
Os candidatos tinham que representar cada clube da cidade, que podia inscrever um candidato nas categorias individual masculino, individual feminino, dupla e grupo.
Os Festivais de Dublagem foram a diluição das reproduções do que foi escutado nas rádios e visto nos cinemas. Logo os Festivais não surgiram por nenhuma razão, havia um momento histórico no espaço global, nacional e regional na década de 1960.

Os clubes foram os principais agentes dessa manifestação artística, visto que a prática do que se ouvia na rádio e nos cinemas era feita nas dublagens, nas Manhãs de Sol dos clubes, os quais incentivaram seus próprios sócios a levar seus bolachões do cantor preferido, colocavam no Hi-Fi e fizeram o “teatro musicado”.

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