Adelson Santos é um músico
remanescente da década de 60, ainda jovem, com 15 anos aprendeu a tocar violão
ouvindo as rádios ao som da Bossa Nova, das cantoras de rádio, a Rádio
Nacional, pra ser violonista nessa época tinha que tocar os acordes da Bossa.
Para Adelson a Bossa “foi a segunda lição de vida musical”, a
fonte de aprendizado para muitos músicos que queriam começar a carreira musical
e serem reconhecidos no circuito musical. Adelson criou a Banda The Rocks, em
1967, um grupo musical com 4 integrantes, no formato The Beatles, com
repertório da música internacional e da Jovem Guarda, ao som do iê-iê-iê.
Formou-se em música pela
UFRJ, tornando posteriormente professor universitário do Curso de Música da UFAM,
ensinando harmonia, contraponto, arranjo e lançando livros sobre métodos de
violão.
Um de seus importantes
legados musicais que deixou para a cidade de Manaus foi a Orquestra de Violões
do Amazonas, foi o criador de um projeto pioneiro e o primeiro maestro. Até
hoje a Orquestra faz parte dos Corpos Artísticos da Secretaria de Cultura,
formando violonistas solistas e compositores em uma orquestra de instrumento
popular: o violão.
Suas composições falam de
natureza, de amor, assim como críticas ao modo de vida social. Entre suas
criações mais marcantes foi Dessana Dessana em parceria com Aldísio Filgueiras
e Márcio Souza; participou no Festival de Ópera com o arranjo da Ópera Carmen
para a Orquestra de Violões.
Mas quem nunca ouviu Não mate a mata como música de fundo de
reportagens ou quando cantamos, mas desconhecemos o compositor? Na verdade o
título da canção é Argumento, composta
em 1975, mas ficou popularizada por Não
mate a mata e sendo cantada até hoje. Uma pequena canção que representa a
preservação da floresta, a consciência ambiental e o respeito pela mata e sua
biodiversidade: “Em questão de Solimões,
fundamental é saber que o negro não se mistura com amarelo. Não mate a mata, não
mate a mata, a virgem verde bem que merece consideração”
Adelson Santos criou a
Orquestra Vozes da UFAM sendo maestro atualmente, apresentando suas composições
e possibilitando que jovens músicos atuem na prática musical, trabalhando e
ganhando a vida com música o que não era possível quando era jovem.
Faz parte da vanguarda
musical, ou seja, referência musical e por ser uma das personalidades musicais
responsáveis pelo desenvolvimento do cenário musical em Manaus.
Por todo seu legado, é um músico respeitando
pela sua produção e, principalmente, por ser crítico em relação a Música em
Manaus e em suas canções: “de tanto tirar,
sugar, de tanto matar, ferir, de tanta e tanta coisa destruir”.