terça-feira, 15 de julho de 2014

CHICO DA SILVA

Chico da Silva: do Amazonas para o mundo

De Parintins para o mundo, Chico da Silva nasceu na terra de artistas e assim se consagrou também: um grande compositor e cantor conhecido no Brasil pelo seu talento e sua arte.
Iniciou sua carreira musical nos anos 80: cantando e compondo sambas na terra onde as toadas predominavam, mas a ilha é um lugar que recebe culturas de diversas partes do mundo, não só o ritmo Boi Bumbá faz parte da cultura de Parintins, mas em sua história sociocultural muitos aportaram na ilha trazendo suas culturas, crenças e musicalidades, como o ritmo lundum que ainda permanece vivo nas mediações de municípios do médio Amazonas, principalmente em Barreirinha, no rio Andirá.
Compôs músicas para Alcione e Martinho da Vila entre outros artistas conhecidos no Brasil. Quem não cantou o trecho da canção Sufoco: "Não posso mais alimentar a esse amor tão louco, que sufoco! Eu sei que tenho mil razões até para deixar de lhe amar. Sufoco é letra e música de Chico da Silva e Antonio Jose, composta em 1978, e continua sendo cantada, uma canção atemporal. Assim como Pandeiro é meu nome: Batuqueiro ôô, batuqueiro, cantando samba pode bater no pandeiro... canções interpretadas pela cantora Alcione. 
Mas não podemos deixar de mostrar sua grande paixão pelo boi Garantido, Chico da Silva é vermelho de coração e alma, traduziu seu grande amor na canção/toada vermelho, composta em 1996, ficou conhecida mundo afora, foia a canção mais executada no Brasil no período: A cor do meu batuque tem o toque e tem o som da minha voz vermelho, vermelhaço vermelhusco, vermelhante, vermelhão. 
Chico da Silva traduz em versos e melodias o samba brasileiro, de temas diversos, desde o samba com letras que retratam sua terra e o cotidiano ao samba com letras românticas e comerciais. Chico da Silva é um artista que não está na mídia o tempo inteiro, mas está nas vidas e na voz de muitos brasileiros, tem o respeito de artistas, cantores e compositores brasileiros, divulga a cultura do Amazonas e, por este legado, suas composições fazem parte dos bens imateriais do patrimônio cultural do Estado do Amazonas, só engrandece a história musical da nossa cidade e permanece viva na cultura do Amazonas. 


MAESTRO JERÊ

Maestro Jerê: o mestre da composição

Para os íntimos, Jerê, é assim que Jeremias gosta de ser chamado. Jerê nasceu em Cuiabá e veio para Manaus no final da década de 60. Os pais foram os primeiros a motivar para aprender música, pois também eram músicos. Jerê estudou no tempo em que o canto orfeônico era uma disciplina nas escolas públicas do Brasil.
Foi nos tempos de escola que Jerê começou a compor e a ter o contato com o violão, seu principal instrumento entre tantos outros que aprendeu a tocar como o cavaquinho, o bandolim, o piano e o violão, a guitarra, o baixo elétrico e acústico, acordeom e teclado.
Por ser um multi-instrumentista ficou conhecido na década de 1960 pelos variados lugares do Brasil, principalmente no cenário musical em São Paulo que atuou em vários grupos, tocando pelo país e em alguns países como Argentina, Uruguai e Bolívia.
Quando chegou em Manaus, Jerê começou a ensinar música pelas escolas, e posteriormente se formou em Engenharia na antiga UTAM que hoje é a UEA na área de tecnologia e engenharia, e também cursou Educação Artística pela UFAM.
Mas Jerê sempre foi um professor de música, formou gerações de músicos, principalmente violonistas.
Mesmo atuando como professor, Jerê não deixou de atuar no cenário musical e isso o tornou um grande compositor. Entre seu acervo musical tem peças para instrumentos de sopro no estilo choro, peças para piano, para violão solo, para flauta doce, sendo a maioria para violão. Somando mais de 500 peças compostas.
Jerê é uma personalidade reverenciada entre os músicos amazonenses, por isso que é chamado por todos de Maestro Jerê.
É um músico que apesar das dificuldades não deixou de compor e de estar presente no cenário musical em Manaus, como até os dias de hoje que atua no grupo Aldeia do Choro, sendo o principal compositor, o mestre do choro em Manaus.

Maestro Jerê, o mestre da composição, o multi-instrumentista e o professor de muitos músicos que o tem como exemplo de musicalidade e personalidade.

TEIXEIRA DE MANAUS

Teixeira de Manaus: “abra a sua porta e deixe meu sax entrar”!!

Quem nunca deixou entrar em sua casa o som do sax de Teixeira de Manaus? Assim eram as festas e domingos de muitas famílias manauaras: ouvindo os LP´s de Teixiera de Manaus ou Pinduca, que foi seu grande amigo.
TEIXEIRA DE MANAUS é conhecido no cenário musical amazonense através das misturas de ritmos caribenhos como a salsa, o merengue, a rumba e a cumbia: ritmos essenciais para a sua formação como músico e como uma identidade própria, ou seja, uma marca registrada de sua carreira.
Recentemente Teixeira de Manaus foi tema de pesquisa do Trabalho de Conclusão do Curso de Música do discente Grazeane Froz, que se inspirou em Teixeira de Manaus para iniciar seus estudos no saxofone, tendo atualmente o saxofone como seu instrumento de trabalho. Para muitos saxofonistas amazonenses, Teixeira é referência musical entre seus pares e um dos pioneiros saxofonistas amazonenses e divulgador da cultura local.
As informações resumidas que irei expor foram frutos da pesquisa de Grazeane Froz, um registro sobre a trajetória artística de Teixeira de Manaus que começou quando criança, na escola, assim como muitas crianças tem o primeiro contato com música através de uma flauta doce, com Teixeira de Manaus foi com o cavaquinho, dado por sua mãe: uma grande incentivadora para que o filho tirasse boas notas.
O sax somente veio depois de um certo tempo: um sax velho, pois sua família era muito pobre e vivia de agricultura e não tinha condições para comprar um novo, mas Teixeira começou a estudar o sax assim mesmo. Aos 19 anos ele começou a tocar nas festas no interior de Manaus e torneios de futebol, daí veio o convite para tocar bregas em Manaus e foi quando aprendeu a tocar teclado por ter mais possibilidades sonoras para formação de banda.
Sua primeira banda foi a RT4, que significa as iniciais de seu nome próprio e 4 era o número de componentes: cantor, baixista, guitarrista e Teixeira que tocava teclado e sax. Nessa vida noturna de músico, Pinduca observou o músico e convidou sua banda para ser a base de seus shows em Manaus, sendo o início de uma grande amizade entre os dois.
Teixeira de Manaus teve seus sucessos tocados em todo o Brasil, começando por São Paulo, depois o nordeste onde fez grande sucesso e teve seu nome citado em várias cidades, ganhando o mundo.
Sua discografia é grandiosa. Nos anos de 1980 a 1986 gravou pela gravadora Copacabana: Teixeira de Manaus: Solista de Sax Vol. 1, 2, 3, 4, 5, 6 e o 7, em 1986: “Sax, Balanço e Lambada”. Em 1990 gravou pela gravadora “CID”: “Salsa Cúmbia e Merengue” VOL. 1 e 2 em forma CD. Em 1995 gravou em Manaus na gravadora RH na Amazon Record. Em 1998 pela gravadora RGE, com distribuição da Som Livre da rede Globo: “Festa do Povo” vol. 1 e 2.  Em 2002 pela Disco Lazer: “Pra Dançar”, “Teixeira de Manaus no São João” e “Banda do Teixeira”. Em 2007 preparou dois CDs diferentes: “Simplismente Sax”, e “Teclados e Teixeira”.
Sua grande obra e nunca esquecida é Deixa o meu sax entrar, um refrão simples que virou popular, um pedido para que todos abram suas portas, uma lição que seu amigo Pinduca lhe ensinou: frases populares e simples.
Teixeira de Manaus foi homenageado no Festival Amazonas Jazz em 2012, encerrando sua carreira artística com muita emoção, mas certo de que faz parte da construção da história da música no Amazonas.

Teixeira de Manaus e seu saxofone: um símbolo de festa, alegria e musicalidade.