domingo, 30 de junho de 2013

DAS ORQUESTRAS PARA AS BANDAS - UMA CRONOLOGIA DA NOMENCLATURA MUSICAL NOS ANOS 60


Além dos filmes tocados nos anos 60 nos clubes de Manaus como Hi Fi e as tertúlias dançantes, haviam também as orquestras que eram contratadas para tocar nos bailes e nos carnavais de Manaus.  
Uma breve cronologia ode ser feita para visualizar como era a organização da música popular em Manaus e também podemos perceber o desenvolvimento dessa música a partir do formato que esses grupos musicais eram divulgados e conhecidos na cidade: de 1960 a 1964 as atrações nos jornais se apresentavam como RITMO  E ORQUESTRAS; de 1964 a 1966 as atrações se intitulava ORQUESTRAS, mas levavam o nome do pricniapl membro do grupo; a partir de 1966 não se apresentavam como ritmos ou orquestras mas com o nome do próprio cantor, da banda ou conjunto.
Apesar do nome, as orquestras que se apresentavam em Manaus, não eram como as grandes orquestras de jazz que se apresentavam no país sob influencia do jazz norte-americano entre as décadas de 20 a 50 até mesmo o fim dessas grandes orquestras foram em 1946 no Brasil, com o término dos cassinos e a decadência do rádio.
O significado de orquestra neste período era a a formação de um grupo, no máximo 10 pessoas, cada um tocando um instrumento, com nomes bem dinâmicos, mostrando através deles suas possíveis influencias rítmicas como é o caso da Orquestra Euterpe Jazz, Orquestra Os Musicais ou a Orquestra Os Brasileirinhos, mas nem sempre tocavamo que o nome da orquestra simbolizava.
Segundo Noval Benaion, que iniciou suas atividades musicais nese período, disse que Orquestra na década de 1960 não era como o formato das orquestras que existe hoje, antes se chamava de Orquestra: "eu diria que orquestra nessa época não havia nao como se conhece hoje. Eu lembro que se chegasse a 10 músicos na época era muito. Você chama de banda normalmente o que se chamava de orquestra, mas não na concepção que a gente conhece hoje. Hoje uma orquestra com 30 componentes ainda é uma big band.
O músico Adelson Santos relata que "não eram grandes orquestras, a formação era uma guitarra, uma bateria, dois saxs, contrabaixo, isso se chamava de orquestra. Era um pequeno grupo de 5 a 6 pessoas, não era orquestra não, nessa época não tinha isso".
Podemos enfatizar que as chamadas orquestras não erma Big bands, o nome era praticamente uma forma de dar certo marketing e status ao grupo, como a Orquestra Os Musicais que permaneceu mais tempo no cenário artístico.
Entre o período de 1960 a 1963, as orquestras tinham a função de animar os carnavais nos clubes de manaus como a Orquestra da Polícia Militar do Estado, a Orquestra da Polícia Civil, Orquestra Euterpe Jazz, a Orquestra Os Brasileirinhos, Orquestra Peter Pan, a Orquestra os Indiabrados Indianos; ou animar as festas e boates dos diversos clubes como a Orquestra A Melhor da Cidade, Orquestra Novidade Musical, Doda e seu Ritmo e Orquestra Caçula do Ritmo.
O próprio nome das Orquestras define suas habilidades musicais e para qual tipo de festa era apropriada.
A partir de 1964, um novo formato de organização musical começa a aparecer, ao mesmo tempo, a TV começa a ser inserida em Manaus e as rádios estão cada vez mais consolidadas.
Nota-se essa mudança pela forma que se apresentam nos jornais, não mais como ritmo dançante e, apesar de ainda levar o nome de orquestra, passa a se intitular pelo nome do principal componente desse grupo como: Orquestra de Fernando Borges, Domingos Lima e seu conjunto, Conjunto Julio Alves, Orquestra Pedroca e seus Batutas.
Em outubro de 1964, a Rádio Baré a partir dos anseios dos músicos da capital, resolveu criar uma Orquestra, no caso, a Orquestra Tropical, que era uma Orquestra para tocar nos programas das Rádios, como o programa Night and Days da Rádio Baré apresentado por Little Box: Os músicos de nossa capital congregando-se todos num só bloco e formaram a Orquestra Tropical, visando preencher uma lacuna até então existente em nossos meios sociais, pois os clubes citadinos, de maior gabarito, é claro quando programavam uma festa de gala,  eram forçados a importar orquestras do sul do país para deleitar seus associados com músicas bem interpretadas, com ritmos exuberantes. (Jornal do Commercio, 21.10.1964)
A Orquestra The Good Boys, a partir de 1965, foi um marco divisório de uma nova formação musical na cidade, foi o primeiro grupo de formação com características de grupo de rock’n roll, tendo uma formação de 5 pessoas, um mesmo formato de uma banda inglesa: era um sax, guitarra, bateria, contrabaixo e um cantor.
Apesar de ter o nome do grupo em inglês, não tocavam rock’n roll, mas muito bolero, aproveitaram essa onda do rock’n roll para fazer marketing.
Há uma clara mudança de nomenclatura durante esta década: RITMO, ORQUESTRAS, CONJUNTOS e as BANDAS que serão definidas a partir de 1965 com a chegada da Jovem Guarda e o surgimento de novos artistas no cenário musical: a maioria jovens de classe média e baixa da cidade, concomitante a uma nova política de desenvolvimento da cidade.
Banda The Right´s 1967.

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