sábado, 29 de junho de 2013

NA DÉCADA DE 60 O JORNAL DO COMMERCIO TINHA COLUNA MUSICAL ASSINADA POR NELSON PORTO - Publicado em 03.01.2012 - Lucyanne Afonso

Os jornais de Manaus na década de 1960 como o Jornal do Commercio, O Jornal, Diário da Tarde, A Crítica e a Notícia eram os periódicos que circulavam na cidade, mas o que se destacava era o Jornal do Commercio, pois apresentava notícias variadas, principalmente apresentando o circuito artístico da cidade, mostrando notícias da música nacional, internacional e consagrando os artistas da região de reconhecimento nacional como o pianista Arnaldo Rebello, os cantores Roberto Carreira e Hidinildo Pereira. Além de divulgar as Rádios locais, principalmente a Rádio Baré.
Os jornais foram grandes parceiros das Rádios, eram através deles que se conhecia a programação, os programas e divulgavam constantemente os artistas famosos que iriam se apresentar. Como exemplo, a figura ao lado, divulga o famoso cantor Roberto Carreira que iria se apresentar na Rádio Baré. (Jornal do Commercio, 11 de jul. 1965.
Nos anos de 1967 e 1968, o Jornal do Commercio anunciava quinzenalmente a Coluna Musical de Nelson Porto.
Nelson Porto foi Professor e Diretor da Faculdade de Engenharia da Ufam, tornou-se colunista do Jornal do Commercio por ser um grande amante da música clássica. Sua Coluna Musical tratava de temas sobre o Teatro Amazonas, mostrava os significados dos termos musicais, escrevia sobre os instrumentos musicais, principalmente sobre a Orquestra Sinfônica, o maestro Dirson Costa e as novidades da música erudita.
A Coluna servia para os estudos da música, como o mesmo destacava nas colunas que era para analisar a apreciação musical. A Coluna Musical de Nelson Porto surgiu quando Manaus estava mais desenvolvida econômica e culturalmente, período em que a música teve seu ápice na produção local.
Nelson Porto (1968) comenta na sua Coluna Musical, datada em 28 de janeiro de 1968 no Jornal do Commercio, sobre o desenvolvimento cultural em Manaus e este desenvolvimento estava sendo como uma luz na mente do povo, Manaus estava tendo a possibilidade de vivenciar a vida cultural e artística.

Cremos que um dos fatores preponderantes para o desenvolvimento cultural e artístico de um povo é o que provem de uma vivência desse mesmo povo nas manifestações desse gênero. Há muito que o Amazonas vivia sem a possibilidade de ter uma vida cultural e artística desenvolvida. A escuridão que nos cercava além de ser própria era também figurada. Isto é, não havia iluminação nas residências e ruas, como não havia “luz” na mente de seu povo. Cremos que em mais de 20 anos, as demonstrações artísticas que aqui se deram foram por mero acaso.

Esta declaração de Nelson Porto na sua Coluna Musical enfatiza uma nova etapa na vida cultural da cidade: com a criação de órgãos culturais dando ênfase nos programas artísticos e culturais, além da criação do Conservatório de Música “Joaquim Franco” em que passou a ser administrado pela Universidade do Amazonas em 1968, foi uma das atividades culturais que permaneceu por muito tempo. Na figura abaixo mostra o Colunista ao centro de óculos escuros em uma festa da Rádio Rio Mar.



Os três Serviços de Rádio-Comunicação (Rádio, Televisão e os jornais), principalmente as emissoras de Rádio e os Jornais tiveram papel fundamental para a propagação da música em Manaus, através deles, foi criado um processo de difusão cultural na cidade.
Os periódicos, antes da vinda do Rádio, foram os principais meios de informação na cidade, com a chegada do Rádio e posteriormente do Cinema, os jornais se tornaram parceiros desses meios de comunicação, havendo uma reciprocidade em divulgar as programações e os eventos que as Rádios promoviam e movimentavam todo o espaço vivido na cidade de Manaus.
Nelson Porto (óculos) festa da Rádio Rio Mar, em 1968.

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