Os jornais de Manaus na
década de 1960 como o Jornal do Commercio, O Jornal, Diário da Tarde, A Crítica
e a Notícia eram os periódicos que circulavam na cidade, mas o que se destacava
era o Jornal do Commercio, pois apresentava notícias variadas, principalmente apresentando
o circuito artístico da cidade, mostrando notícias da música nacional,
internacional e consagrando os artistas da região de reconhecimento nacional
como o pianista Arnaldo Rebello, os cantores Roberto Carreira e Hidinildo
Pereira. Além de divulgar as Rádios locais, principalmente a Rádio Baré.
Os jornais foram grandes parceiros das
Rádios, eram através deles que se conhecia a programação, os programas e
divulgavam constantemente os artistas famosos que iriam se apresentar. Como exemplo,
a figura ao lado, divulga o famoso cantor Roberto Carreira que iria se
apresentar na Rádio Baré. (Jornal do Commercio, 11 de jul. 1965.
Nos anos de 1967 e 1968, o
Jornal do Commercio anunciava quinzenalmente a Coluna Musical de Nelson Porto.
Nelson Porto foi Professor
e Diretor da Faculdade de Engenharia da Ufam, tornou-se colunista do Jornal do
Commercio por ser um grande amante da música clássica. Sua Coluna Musical
tratava de temas sobre o Teatro Amazonas, mostrava os significados dos termos
musicais, escrevia sobre os instrumentos musicais, principalmente sobre a
Orquestra Sinfônica, o maestro Dirson Costa e as novidades da música erudita.
A Coluna servia para os
estudos da música, como o mesmo destacava nas colunas que era para analisar a
apreciação musical. A Coluna Musical de Nelson Porto surgiu quando Manaus
estava mais desenvolvida econômica e culturalmente, período em que a música teve
seu ápice na produção local.
Nelson Porto (1968)
comenta na sua Coluna Musical, datada em 28 de janeiro de 1968 no Jornal do
Commercio, sobre o desenvolvimento cultural em Manaus e este desenvolvimento
estava sendo como uma luz na mente do povo, Manaus estava tendo a possibilidade
de vivenciar a vida cultural e artística.
Cremos que um dos
fatores preponderantes para o desenvolvimento cultural e artístico de um povo é
o que provem de uma vivência desse mesmo povo nas manifestações desse gênero.
Há muito que o Amazonas vivia sem a possibilidade de ter uma vida cultural e
artística desenvolvida. A escuridão que nos cercava além de ser própria era
também figurada. Isto é, não havia iluminação nas residências e ruas, como não
havia “luz” na mente de seu povo. Cremos que em mais de 20 anos, as
demonstrações artísticas que aqui se deram foram por mero acaso.
Esta declaração de Nelson
Porto na sua Coluna Musical enfatiza uma nova etapa na vida cultural da cidade:
com a criação de órgãos culturais dando ênfase nos programas artísticos e
culturais, além da criação do Conservatório de Música “Joaquim Franco” em que
passou a ser administrado pela Universidade do Amazonas em 1968, foi uma das
atividades culturais que permaneceu por muito tempo. Na figura abaixo mostra o
Colunista ao centro de óculos escuros em uma festa da Rádio Rio Mar.
Os três Serviços de Rádio-Comunicação (Rádio, Televisão e os jornais), principalmente as emissoras de Rádio e os Jornais tiveram papel fundamental para a propagação da música em Manaus, através deles, foi criado um processo de difusão cultural na cidade.
Os periódicos, antes da
vinda do Rádio, foram os principais meios de informação na cidade, com a
chegada do Rádio e posteriormente do Cinema, os jornais se tornaram parceiros
desses meios de comunicação, havendo uma reciprocidade em divulgar as
programações e os eventos que as Rádios promoviam e movimentavam todo o espaço
vivido na cidade de Manaus.
Nelson Porto (óculos) festa da Rádio Rio Mar, em 1968. |
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